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Copa Intercontinental x Mundial de Clubes: entenda as diferenças

Apesar das diferentes de formatos e número de participantes, ambos os torneios são reconhecidos pela Fifa como campeonatos mundiais

A busca pelo título de campeão mundial no futebol é marcada por jogos icônicos, mas também debates acalorados entre torcedores e especialistas fora dos campos. Duas das competições que promoveram esse status são a Copa Intercontinental e o Mundial de Clubes da Fifa.

Enquanto a primeira, realizada entre 1960 e 2004, reunia apenas os campeões da Taça Libertadores e da Liga dos Campeões da Uefa, a outra, criada em 2000, ampliou a disputa para incluir times de todos os continentes.

A transição entre esses torneios levantou questões sobre o reconhecimento dos vencedores e o que realmente significa ser o “melhor do mundo”. Para muita gente que não viveu essa época, restam algumas dúvidas sobre quais as diferenças entre um torneio e outro quais clubes realmente podem ser considerados campeões mundiais.

A história

A Copa Intercontinental nasceu em 1960 como uma iniciativa para colocar frente a frente os campeões da Taça Libertadores da América e da Liga dos Campeões da Europa, criando um “confronto de titãs” entre os dois continentes que, historicamente, sempre foram considerados as maiores potências da modalidade.

Com o passar dos anos, a competição ganhou status e prestígio, sendo tratada como uma verdadeira decisão de título mundial, sendo inclusive chamada muitas vezes de Mundial Interclubes. Pouco a pouco, as vitórias de times brasileiros foram trazendo mais visibilidade para a Copa Intercontinental, que se tornou uma obsessão dos clubes tupiniquins.

Paralelamente, a FIFA, buscando expandir sua atuação também no futebol de clubes, organizou em 2000 a primeira edição do Mundial de Clubes, com representantes de todos os continentes. No entanto, problemas financeiros e de calendário impediram a continuidade do torneio até 2005, quando foi reestabelecido de forma definitiva.

Esse novo formato trouxe uma nova era para a competição, mas também gerou dúvidas sobre o futuro da Copa Intercontinental, que acabou sendo extinta, unificando-se com o Mundial da Fifa.

Formatos utilizados

A Copa Intercontinental foi originalmente disputada em dois jogos, com cada equipe jogando uma partida em seu país. Em caso de empate no número de vitórias, um terceiro confronto de desempate era realizado, normalmente em campo neutro.

No entanto, a partir de 1980, a competição passou a ser decidida em jogo único, realizado anualmente no Japão, numa iniciativa patrocinada por uma montadora automobilística japonesa, o que deu à competição o apelido de “Copa Toyota”. Esse formato mais enxuto e centralizado contribuiu para a popularização do torneio no cenário internacional.

Já o Mundial de Clubes da FIFA surgiu com uma proposta de competição muito mais abrangente. A primeira edição, em 2000, contou com a participação de oito clubes: os campeões das principais competições continentais da América do Sul, Europa, América do Norte, África, Ásia e Oceania, além do representante do país-sede e de um vice-campeão sul-americano.

Neste primeiro ano, as equipes foram divididas em dois grupos de quatro e o campeão de cada chave avançava para a final. Assim, Vasco e Corinthians protagonizaram a primeira decisão do torneio, e o Timão levou a melhor nos pênaltis, em pleno Maracanã.

Após problemas, a competição só voltou em 2005 com um formato mais simplificado e consolidado, onde os clubes europeus e sul-americanos entravam diretamente nas semifinais, enquanto as demais equipes jogavam entre si para chegar às fases decisivas, sempre em jogos eliminatórios. Esse formato foi utilizado até 2023.

A partir de 2025, a Fifa realizará um Mundial de Clubes mais inchado, com 32 participantes e uma nova estrutura. Além disso, a competição só será disputada a cada quatro anos, assim como a Copa do Mundo de seleções, se fazendo necessário resgatar a Copa Intercontinental já em 2024.

O retorno da Copa Intercontinental

Reformulada, Copa Intercontinental retorna após 20 anos, com um modelo de disputa um tanto diferente. Com apenas seis clubes participantes, a competição foi dividida em quatro fases, sendo que o campeão da Uefa Champions League já entra diretamente na decisão. Para entender melhor, o Mundo Aposta fez um artigo específico sobre o novo formato do torneio. Confira!

Os vencedores da Copa Intercontinental são campeões mundiais?

A partir da criação do novo Mundial de Clubes nasceu uma grande polêmica em todo o planeta bola: os campeões da Copa Intercontinental podem ser considerados campeões mundiais? Afinal, entre 1960 e 2004, o antigo torneio foi amplamente visto como o duelo que decidia o “campeão do mundo”, colocando frente a frente os vencedores das competições de clubes mais fortes da Terra.

No entanto, a Fifa não organizava a competição e, com o surgimento do Mundial de Clubes em 2000, que incluía clubes de todos os continentes, o debate sobre a validade da Copa Intercontinental ganhou força. Somente em 2017, a entidade máxima do futebol reconheceu oficialmente os vencedores da Copa Intercontinental como campeões mundiais, após muita pressão de clubes e federações, principalmente da América do Sul e da Europa.

Mesmo com o reconhecimento tardio, a polêmica persiste, pois alguns argumentam que os campeonatos anteriores a 2000 não eram globais de fato, enquanto outros defendem o prestígio histórico da Copa Intercontinental como uma forma legítima de definir o melhor time do mundo na época.

Lista de campeões mundiais de clubes por ano

Considerando a Copa Intercontinental (1960-2004) e o Mundial de Clubes da Fifa (2000 e 2005-atual), esses são todos os campeões do mundo, ano a ano, segundo a entidade máxima do futebol:

1960: Real Madrid (Espanha)
1961: Peñarol (Uruguai)
1962: Santos (Brasil)
1963: Santos (Brasil)
1964: Inter Milan (Itália)
1965: Inter Milan (Itália)
1966: Peñarol (Uruguai)
1967: Racing Club (Argentina)
1968: Estudiantes (Argentina)
1969: AC Milan (Itália)
1970: Feyenoord (Holanda)
1971: Nacional (Uruguai)
1972: Ajax (Holanda)
1973: Independiente (Argentina)
1974: Atlético Madrid (Espanha)
1975: N/A (partida não realizada entre Bayern de Munique-ALE x Independiente-ARG)
1976: Bayern de Munique (Alemanha)
1977: Boca Juniors (Argentina)
1978: N/A (partida não realizada entre Boca Juniors-ARG x Liverpool-ING)
1979: Olimpia (Paraguai)
1980: Nacional (Uruguai)
1981: Flamengo (Brasil)
1982: Peñarol (Uruguai)
1983: Grêmio (Brasil)
1984: Independiente (Argentina)
1985: Juventus (Itália)
1986: River Plate (Argentina)
1987: Porto (Portugal)
1988: Nacional (Uruguai)
1989: AC Milan (Itália)
1990: AC Milan (Itália)
1991: Estrela Vermelha (Iugoslávia)
1992: São Paulo (Brasil)
1993: São Paulo (Brasil)
1994: Vélez Sarsfield (Argentina)
1995: Ajax (Holanda)
1996: Juventus (Itália)
1997: Borussia Dortmund (Alemanha)
1998: Real Madrid (Espanha)
1999: Manchester United (Inglaterra)
2000: Corinthians (Brasil) – Mundial de Clubes da Fifa
2000: Boca Juniors (Argentina) – Copa Intercontinental
2001: Bayern de Munique (Alemanha)
2002: Real Madrid (Espanha)
2003: Boca Juniors (Argentina)
2004: Porto (Portugal)
2005: São Paulo (Brasil)
2006: Internacional (Brasil)
2007: AC Milan (Itália)
2008: Manchester United (Inglaterra)
2009: Barcelona (Espanha)
2010: Inter Milan (Itália)
2011: Barcelona (Espanha)
2012: Corinthians (Brasil)
2013: Bayern de Munique (Alemanha)
2014: Real Madrid (Espanha)
2015: Barcelona (Espanha)
2016: Real Madrid (Espanha)
2017: Real Madrid (Espanha)
2018: Real Madrid (Espanha)
2019: Liverpool (Inglaterra)
2020: Bayern de Munique (Alemanha)
2021: Chelsea (Inglaterra)
2022: Real Madrid (Espanha)
2023: Manchester City (Inglaterra)

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