Não é só o futebol apresentado em campo pela Seleção Brasileira que tem deixado a desejar. Nos números, o país pentacampeão mundial também vem causando calafrios no torcedor, ao fazer sua pior campanha em Eliminatórias desde que o formato atual foi implementado pela Conmebol para a Copa de 1998.
Em sua sexta seletiva no modelo por pontos corridos, o Brasil faz atualmente a sua pior campanha, tendo como base a 12ª rodada. Hoje com apenas 18 pontos conquistados após disputar dois terços das partidas previstas, a equipe nacional nunca havia desempenhado tão mal nesta mesma etapa do torneio.
Até então, as somatórias mais baixas da Seleção haviam sido nas Eliminatórias de 2002 e 2010, quando o time verde e amarelo alcançou 21 pontos após os mesmos 12 primeiros jogos.
Um dos pontos que chamam a atenção na atual edição do torneio é o número de derrotas do time tupiniquim, com quatro reveses até aqui. Apenas em 2002 a Seleção perdeu tantas partidas, com seis resultados negativos. Já em 2006 e 2010, foram apenas duas derrotas, enquanto que em 2018 a equipe de Tite só foi superada uma vez e em 2022 terminou invicta. Em 2014, o Brasil não disputou as Eliminatórias por ser o país-sede da Copa do Mundo.
Curiosamente, apenas na campanha que culminou no penta, há 22 anos, a Seleção Brasileira não terminou a seletiva na primeira colocação. Coincidência ou não, os últimos dois títulos mundiais do país vieram após muito sufoco em campanhas apertadas nas Eliminatórias. Será que a história pode se repetir em 2026?
Fato é que, neste momento, o Brasil ocupa apenas a quinta posição, estando sete pontos atrás da líder Argentina e cinco à frente da Bolívia, a sétima colocada na tabela e primeira seleção fora da zona de classificação direta para o próximo Mundial.
Apesar disso tudo, o time canarinho está entre os mais cotados para ir à Copa, segundo as cotações de apostas esportivas. Hoje, as odds colocam a equipe nacional à frente até mesmo de Uruguai, Equador e Colômbia, seleções que estão acima do Brasil na competição.
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O desempenho do Brasil em Eliminatórias após 12 rodadas
Eliminatórias para 2002 – 21 pontos
Na última vez em que foi campeão mundial, o Brasil passou por um grande susto e correu sérios riscos de ficar fora da Copa disputada na Coreia do Sul e no Japão. A vaga só foi confirmada na última rodada, com uma vitória por 3 a 0 sobre a Venezuela em São Luís. Pouco mais de sete meses depois, o país estaria comemorando o penta em Yokohama.
A trajetória brasileira, no entanto, foi repleta de altos e baixos. Após a 12ª rodada, a Seleção havia marcado 21 pontos, com seis vitórias, três empates e três derrotas. Em comparação, a Argentina tinha 29 pontos, com nove triunfos, duas igualdades e apenas um revés.
No fim, os Hermanos terminaram as Eliminatórias no primeiro lugar, com 43 pontos em 18 jogos. Por sua vez, o Brasil foi o terceiro colocado com os mesmos 30 pontos do Paraguai, que ficou em quarto, enquanto o Equador marcou 31 e ficou com o simbólico vice-campeonato.
Eliminatórias para 2006 – 23 pontos
Quatro anos depois, o Brasil chegaria à Copa da Alemanha como o grande favorito ao hexacampeonato. Embalada por uma grande campanha nas Eliminatórias, além dos títulos da Copa América de 2004 e da Copa das Confederações de 2005, a equipe nacional tinha como destaque o Quadrado Mágico formado por Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo Fenômeno.
Mas, ao comparar a campanha na seletiva com 2002, os primeiros dois terços do torneio não foram tão diferentes assim. Com seis vitórias, cinco empates e uma derrota, o time pentacampeão somava 23 pontos após 12 rodadas. Mais tarde, o Brasil terminaria a competição empatado com a Argentina, ambos com 34 pontos, mas levaria a melhor no saldo de gols para ficar com o primeiro lugar.
Eliminatórias para 2010 – 21 pontos
Vivendo sua maior renovação em anos, com o fim da geração de Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo e Roberto Carlos, a Seleção Brasileira chegou à Copa do Mundo de 2010 novamente como atual campeã da Copa América e da Copa das Confederações, depois de também ter liderado as Eliminatórias Sul-Americanas.
Mas o começo da campanha na seletiva para o Mundial também não foi dos melhores, assemelhando-se bastante com o desempenho em 2002. Naquela edição, a equipe verde e amarela novamente marcou 21 pontos nos 12 primeiros jogos, porém com cinco vitórias, seis empates e uma derrota.
Dali em diante, o time treinado por Dunga embalou e nas seis partidas seguintes registrou quatro triunfos, uma igualdade e um revés, terminando como “campeão” com 34 pontos.
Eliminatórias para 2018 – 27 pontos
Novamente com Dunga no comando, o Brasil tinha como principal missão deixar para trás as marcas deixadas pelo 7 a 1 para a Alemanha em 2014, mas o começo ruim nas Eliminatórias trouxe à tona muitas críticas e pressão. Depois de duas vitórias, três empates e uma derrota após os seis primeiros jogos, o capitão do tetra foi demitido e Tite assumiu o comando da Seleção.
Com um começo fulminante do novo treinador, o Brasil terminaria a 12ª rodada com oito triunfos e os mesmos três empates e uma derrota. Ao todo, a equipe nacional marcaria nove vitórias consecutivas com Tite no comando, arrancando da sexta para a primeira colocação. Vale lembrar que na época apenas os quatro primeiros se classificavam para a Copa e o quinto disputava uma repescagem.
Eliminatórias para 2022 – 31 pontos
No ciclo de 2022, o Brasil fez a melhor campanha de uma seleção sul-americana na história das Eliminatórias, terminando a seletiva invicto, com 14 vitórias e três empates em 17 jogos. Apenas o duelo em casa com a Argentina, válido pela sexta rodada, não foi contabilizado por ter sido cancelado.
Portanto, considerando as 12 rodadas iniciais, o Brasil disputou apenas 11 jogos e mesmo assim marcou incríveis 31 pontos, com dez triunfos e um empate. Com amplo domínio do início ao fim, a Seleção chegaria ao recorde de 45 pontos, seis a mais do que os argentinos, que terminaram na vice-liderança e também invictos.
Eliminatórias para 2026 – 18 pontos
Em sua pior participação nas Eliminatórias, o Brasil tem lutado contra si mesmo para tentar engrenar no torneio. Até o momento, o máximo que a equipe nacional conseguiu foi marcar duas vitórias seguidas. Em contrapartida, chegou a perder três jogos em sequência entre outubro e novembro de 2023, no seu pior momento na atual edição.
Restando seis rodadas para o fim da seletiva, é possível elevar o nível e evitar que essa se torne a pior campanha do país em todos os tempos. Mais do que isso, a missão brasileira daqui para frente é não tornar uma classificação que deveria ser tranquila em um novo drama.
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