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Rivais de Minas podem repetir dobradinha continental após 27 anos

Campeões da Libertadores e Copa Conmebol de 1997, Cruzeiro e Atlético voltam a decidir torneios internacionais, mas com papéis invertidos

O futebol mineiro está festa! Classificados para as finais da Copa Libertadores da América e da Copa Sul-Americana, respectivamente, Atlético-MG e Cruzeiro podem repetir uma dobradinha continental após 27 anos. Em 1997, os dois rivais de Belo Horizonte faturaram as duas principais competições internacionais da região: enquanto a Raposa conquistou o bi da Libertadores, o Galo levantou o troféu inédito da Copa Conmebol.

Para a história se escrita novamente, quase três décadas depois, os alvinegros precisarão derrotar o Botafogo, enquanto o time celeste aguarda por Racing (ARG) ou Corinthians na decisão.

Apesar de haver uma chance de Atlético e Cruzeiro conquistarem esse feito curioso pela segunda vez, ele não é uma exclusividade mineira. Ao longo da história, outros grandes rivais também fizeram o mesmo. No Brasil, Corinthians e São Paulo foram protagonistas do futebol sul-americano em 2012. Já na Argentina, o fato ocorreu em duas oportunidades: em 2001, com Boca Juniors e San Lorenzo, e 2014, novamente com o time do Papa e o River Plate.

Agora, Galo e Raposa têm mais um desafio pela frente cada para voltarem a conquistar um título internacional juntos no mesmo ano. Nas cotações de apostas esportivas, não há favoritos claros para ambas a decisões e tudo pode acontecer tanto na Libertadores quanto na Sul-Americana. Quais os seus palpites?

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Dobradinhas de rivais brasileiros

Caso voltem a repetir o feito de 27 anos, Atlético-MG e Cruzeiro poderão marcar a terceira dobradinha continental de arquirrivais brasileiros. Além deles próprios em 1997, Corinthians e São Paulo foram dominantes no futebol sul-americano em 2012.

No caso dos paulistas, os dois clubes ganharam o direito de duelar na Recopa Sul-Americana de 2013, com título corintiano sobre o Tricolor. Já os mineiros não tiveram a mesma oportunidade, uma vez que na época a Recopa era disputada entre os campeões da Libertadores e da extinta Supercopa Libertadores. Com isso, o Cabuloso acabou enfrentando o River Plate na Recopa de 1998, faturando o caneco com duas vitórias.

Cruzeiro e Atlético-MG (1997)

Campeão da Libertadores em 1976 e vice na temporada seguinte, o Cruzeiro chegou à sua terceira final no torneio em 1997. Seu adversário foi o Sporting Cristal (PER), a quem já havia enfrentado na fase de grupos. Depois de passar por El Nacional (EQU), Grêmio e Colo-Colo (CHI), a Raposa reencontrou os peruanos na decisão e faturou o bicampeonato após empate sem gols em Lima e um triunfo pelo placar mínimo em Belo Horizonte.

No mesmo ano, o Atlético-MG disputou a também extinta Copa Conmebol, sendo um dos quatro representantes do Brasil, ao lado de Portuguesa, Vitória e Rio Branco-AC. Depois de eliminar os próprios paulistas, América de Cali (COL) e Universitário (PER), o Galo goleou o Lanús (ARG) por 4 a 1 fora de casa e confirmou o título com um empate por 1 a 1 no Mineirão.

Corinthians e São Paulo (2012)

Depois de várias decepções, o Corinthians enfim conquistou sua primeira Libertadores em 2012. Marcada por momentos antológicos, como a defesa de Cássio e o gol de Paulinho contra o Vasco nas quartas de final, a campanha alvinegra também contou com triunfos sobre Emelec (EQU) e Santos antes de chegar à final diante do poderoso Boca Juniors (ARG). Mas nem mesmo os hexacampeões foram capazes de parar o time treinado por Tite, que levantou a taça após empate por 1 a 1 na Bombonera e triunfo por 2 a 0 no Pacaembu.

Enquanto isso, na Copa Sul-Americana, o São Paulo conquistaria no final daquela temporada um troféu inédito para sua galeria. A trajetória Tricolor contou com vitórias sobre Bahia, LDU (EQU), Universidad de Chile (CHI) e Universidad Católica (CHI). Na final, empate por 0 a 0 contra o Tigre (ARG) no primeiro jogo e o fatídico duelo que só durou 45 minutos no Morumbi, com vitória brasileira por 2 a 0.

Dobradinhas de rivais argentinos

Mas, como toda boa rivalidade entre Brasil e Argentina, as dobradinhas continentais de duas equipes da mesma cidade não são apenas um privilégio tupiniquim e também chegou à terra do tango. A primeira vez que isso aconteceu foi em 2001, quando o Boca Juniors conquistou sua quarta Libertadores e o San Lorenzo faturou a Copa Mercosul.

Naquele tempo, porém, a Recopa Sul-Americana havia sido retirada do calendário e os times de Buenos Aires não puderam duelar na temporada seguinte. O torneio só voltaria a ser disputado em 2003, depois de quatro anos de hiato.

Mais de uma década depois, o San Lorenzo ganharia sua chance de disputar a Recopa contra um rival local. Campeão da Libertadores em 2014, o time do Papa enfrentaria o River Plate, que faturou a Sul-Americana do mesmo ano. No tira-teima de vencedores continentais, já em 2015, os Milionários levaram a melhor com dois triunfos por 1 a 0.

Boca Juniors e San Lorenzo (2001)

No início dos anos 2000, o Boca se tornou o grande bicho papão da América do Sul. Em cinco edições da Libertadores, os Xeneizes chegaram em quatro finais e faturaram três títulos (2000, 2001 e 2003), ficando com o vice em 2004. Na conquista de 2001, o time passou no mata-mata pelo Junior Barranquilla (COL), Vasco e Palmeiras, batendo o Cruz Azul (MEX) na decisão, em cobranças por pênaltis.

Assim como o Boca, o San Lorenzo também colecionou vítimas brasileiras em sua campanha vencedora na Copa Mercosul. Depois de ficar atrás do Flamengo na fase de grupos, a equipe de Buenos Aires bateu o Cerro Porteño (PAR) nas quartas, o Corinthians na semi e voltou a encontrar os rubro-negros cariocas na decisão, triunfando nos pênaltis no Nuevo Gasómetro após dois empates.

San Lorenzo e River Plate (2014)

Com um título da Mercosul (2001) e outro da Sul-Americana (2002), faltava ao San Lorenzo a taça mais cobiçada do continente, a Copa Libertadores. E a conquista inédita veio em 2014, novamente aniquilando brasileiros. Depois de deixar o Botafogo na fase de grupo, os Corvos bateram o Grêmio nas oitavas, o Cruzeiro nas quartas, Bolívar (BOL) na semi e o Nacional (PAR) na decisão para comemorar o caneco mais esperado pela torcida azulgrana.

Enquanto isso, o River iniciava uma jornada de recuperação após o rebaixamento para a Série B argentina. De volta a uma competição continental, os Milionários faturaram a Sula de 2014 após eliminarem três equipes do seu próprio país: Godoy Cruz (ARG) na segunda fase, Libertad (PAR) nas oitavas, Estudiantes (ARG) nas quartas, Boca Juniors (ARG) na semi e Atlético Nacional (COL) na final.

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