Se, de um lado, o Atlético-MG já conhece o sabor de ser campeão da Libertadores e tenta um bicampeonato, do outro, o Botafogo alcança a final da maior competição de futebol das Américas pela primeira vez em sua história. Pouco acostumada a ver o time do coração brigar por taças internacionais, a torcida do Glorioso tem a chance de comemorar neste sábado a maior conquista clube de General Severiano em seus 120 anos de história.
Esta será apenas a terceira vez que o Fogão disputa um título continental, depois de triunfar na Copa Conmebol de 1993 e perder a Recopa Sul-Americana de 1994. Na Libertadores, a melhor campanha dos alvinegros havia sido em 1963, quando a equipe carioca, liderada por Mané Garrincha, foi eliminada pelo Santos de Pelé na semifinal.
Pouco mais de meio século depois, o time da Estrela Solitária não apenas repetiu aquele resultado como agora chega a uma decisão inédita, tendo a oportunidade de encerrar um jejum de 31 anos sem levantar um troféu internacional. Ao mesmo tempo, o Botafogo lidera o Campeonato Brasileiro e pode encerrar outro incômodo tabu, já que não é campeão nacional desde 1995.
Embora difícil e com um caminho repleto de desafios para chegar lá, o Fogão ao menos tem neste momento o favoritismo nas casas de apostas esportivas, que sugerem o título à equipe carioca tanto na Libertadores quanto no Brasileirão. Será que o fantasma alvinegro será exorcizado de uma vez por todas em 2024?
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Campanhas do Botafogo em competições continentais
Apesar de toda a sua tradição no futebol brasileiro, o Botafogo disputa a Libertadores apenas pela sexta vez. Além da já citada semi de 1963, o time carioca também se destacou na edição de 2017, quando chegou às quartas de final. Naquela ocasião, acabou caindo para o Grêmio em dois jogos bastante equilibrado, com um empate sem gols no Rio de Janeiro e vitória tricolor por 1 a 0 em Porto Alegre. Os gaúchos, inclusive, seria os campeões naquele ano.
Além da Liberta, o Fogão também disputou nove edições da Copa Sul-Americana, uma Recopa, uma Copa Master e duas Copas Conmebol, faturando o título em 1993.
Copa Libertadores
1963 – Semifinal
1973 – Segunda fase
1996 – Oitavas de final
2014 – Fase de grupos
2017 – Quartas de final
2024 – Finalista (em andamento)
Copa Sul-Americana
2006 – Fase preliminar
2007 – Oitavas de final
2008 – Quartas de final
2009 – Quartas de final
2011 – Oitavas de final
2012 – Segunda fase
2018 – Oitavas de final
2019 – Oitavas de final
2023 – Quartas de final
Copa Conmebol
1993 – Campeão
1994 – Primeira fase
Recopa Sul-Americana
1994 – Vice-campeão
Copa Master Conmebol
1996 – Semifinal
O título do Glorioso na Copa Conmebol
A primeira e única conquista internacional da história do Botafogo aconteceu há 31 anos, com o título da extinta Copa Conmebol. Assim como acontece hoje com a Sul-Americana, os times que não conseguiam se classificar para a Libertadores via Brasileirão acabavam disputando o torneio secundário do continente. Assim, o Glorioso se juntou aos rivais Fluminense e Vasco, além de Atlético-MG e Bragantino entre 16 equipes participantes.
Disputado no formato de mata-mata, o torneio começou já nas oitavas de final, e o Fogão passou com duas vitórias sobre o Bragantino. Nas quartas, mais dois triunfos diante do Caracas-VEN, antes de cruzar com o Galo na semifinal.
No primeiro jogo, o Galo bateu o Glorioso por 3 a 1 em Belo Horizonte, mas na volta os cariocas conseguiram um triunfo por 3 a 0 no Rio, garantindo assim a vaga na final para encarar o poderoso Peñarol-URU, pentacampeão da Libertadores.
Aquela decisão foi bem emocionante, com um empate por 1 a 1 no Estádio Centenário, em Montevidéu, e outro por 2 a 2 no Maracanã. A definição acabou indo para os pênaltis, e o time brasileiro saiu vencedor por 3 a 1, levantando a taça de campeão diante de 45 mil torcedores alvinegros.
O vice da Recopa há 30 anos
Durante a década de 1990, a Recopa Sul-Americana era comumente disputada entre o campeão da Libertadores e o vencedor da Supercopa Libertadores. No entanto, em 1993, o São Paulo conquistou ambas as competições, abrindo a possibilidade de que o campeão da Copa Conmebol disputasse a Recopa do ano seguinte contra o próprio Tricolor Paulista.
Assim, o Botafogo ganhou uma chance de ouro de conquistar um novo título internacional, mas pela frente teria a forte equipe treinada por Telê Santana e recém bicampeã do mundo.
O duelo foi realizado em jogo único em Kobe, no Japão, e seguiu bastante equilibrado até quase a reta final da partida. Aos 28 minutos do segundo tempo, o placar apontava empate por 1 a 1, quando o São Paulo foi para cima e marcou dois gols, conquistando o título da Recopa pela segunda vez em sua história e deixando o Glorioso com o gosto amargo do vice.
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